segunda-feira, 30 de abril de 2012

Os 12 conflitos armados que mais mataram pessoas

Os humanos se envolvem em disputas territoriais desde a Idade da Pedra, é verdade, mas a melhora tecnológica das “máquinas de matar” ao longo do último milênio fez com que os conflitos fizessem muito mais vítimas fatais em menos tempo – inclusive gente que não tinha nada a ver com a briga. Nesta lista, confira as guerras, revoltas e rebeliões que mais dizimaram vidas ao longo da história. 12 – Guerra dos Trinta Anos Onde: Império Romano (Ásia, Europa e um pedacinho da África) Quando: de 1618 a 1648 Número estimado de mortos: 3.000.000 a 11.500.000 pessoas Esta versão “de bolso” de uma Guerra Mundial começou como um conflito religioso e foi tomando feições mais complexas até ninguém saber mais por que estava brigando. Muitos dos exércitos tinham mercenários em suas frentes de batalha, que trocavam de lado sempre que a oportunidade parecia interessante. 11 – Guerras Napoleônicas Onde: Europa e ilhas nos oceanos Pacífico, Atlântico e Índico Quando: de 1804 a 1815 Número estimado de mortos: 3.500.000 a 6.500.000 pessoas O francês Napoleão Bonaparte estava bombando nas conquistas de territórios na Europa, mas não deu conta de lutar no inverno russo – muitos soldados viraram picolé e outra boa parte morreu de fome. A estratégia russa era queimar as cidades pelas quais o exército invasor iria passar para evitar que fossem saqueadas e fornecessem recursos aos inimigos. 10 – Segunda Guerra do Congo Onde: República Democrática do Congo, África Quando: de 1998 a 2003 Número estimado de mortos: 3.800.000 a 5.400.000 pessoas Este é o conflito mais recente da lista. A Guerra acabou em um acordo entre as partes, mas a população sofre com as consequências até hoje. Em 2004, cerca de 1.000 pessoas morreram diariamente de desnutrição e doenças que seriam facilmente tratáveis se a região não estivesse tão debilitada. 9 – Guerra Civil Russa Onde: Rússia Quando: de 1917 a 1921 Número estimado de mortos: 5.000.000 a 9.000.000 pessoas Ainda que se diga que a este conflito acabou em 1921, a verdade é que ele se prolongou por mais dois anos. O objetivo da revolta era acabar com a monarquia, mas os grupos envolvidos divergiam sobre que forma de governo seria implantada com o fim dos czares. Levou a melhor o pessoal do partido bolchevique, que estabeleceu o primeiro governo inspirado no socialismo de Karl Marx. 8 – Revolta Dungan Onde: China Quando: de 1862 a 1877 Número estimado de mortos: 8.000.000 a 12.000.000 pessoas Os chineses da etnia Dugan (também chamada de Hui, de origem persa) se revoltaram e foram derrotados – os que sobraram desse conflito foram para territórios que hoje são parte da Rússia, Cazaquistão e Quirguistão. 7 – Investidas de Tamerlão Onde: Ásia Quando: de 1369 a 1405 Número estimado de mortos: 15.000.000 a 20.000.000 pessoas Não se conquista um território sem matar umas pessoas, não é mesmo? Tamerlão e seus exércitos dizimaram muita gente na Ásia para expandir o Império Timúrida, que chegou a ter mais de 5,5 milhões de quilômetros quadrados. Saiba mais sobre Tamerlão e outros grandes conquistadores neste infográfico. 6 – Primeira Guerra Mundial Onde: Todos os continentes – nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra. Quando: de 1914 a 1918 Número estimado de mortos: 15.000.000 a 65.000.000 pessoas A estimativa mais alta de mortos (65 milhões) contabiliza as pessoas que pereceram da Gripe Espanhola, uma variação do vírus H1N1 (que no século XXI conhecemos como Gripe Suína). A Gripe Espanhola se espalhou generalizadamente pelo mundo no começo do século XX e a epidemia “pegou carona” na 1ª Guerra. 5 – Rebelião Taiping Onde: China Quando: de 1815 a 1864 Número estimado de mortos: 20.000.000 a 60.000.000 pessoas Esta “rebelião” foi na verdade uma grande guerra civil no sul da China, liderada por um cristão, Hong Xiuquan, que dizia ser o irmão mais novo de Jesus Cristo (pois é…). 4 – Disputa entre a dinastia Ming e Qing Onde: China Quando: de 1616 a 1662 Número estimado de mortos: 25.000.000 pessoas Os Qing vieram do nordeste da Grande Muralha da China e eram vassalos dos governantes da dinastia Ming (aquela dos famosos vasos de porcelana). Houve uma revolta de camponeses que depôs os Ming e criou a Dinastia Shun – só que ela não durou muito tempo: os Qing dominaram a capital Beijing e assumiram o poder dizendo que estavam restabelecendo a “ordem imperial”. Mas na verdade eles estavam era pegando o poder pra eles mesmos. 3 – Investidas Mongóis Onde: Ásia e leste europeu Quando: de 1207 a 1472 Número estimado de mortos: 30.000.000 a 60.000.000 pessoas Foram 265 anos de invasões empreendidas pelo povo mongol por toda a Ásia e parte da Europa. Haja fôlego para tanta briga! A recompensa: um império de mais de 12 milhões de quilômetros quadrados. 2 – Rebelião de An Lushuan Onde: China Quando: de 755 a 763 Número estimado de mortos: 33.000.000 a 36.000.000 pessoas O general An Lushuan, durante a dinastia Tang, resolveu se declarar imperador de uma parte da China, o que não agradou a dinastia que reinava sobre o país. Foram 8 anos de confrontos que continuaram mesmo depois da morte de An Lushuan – e terminaram com a subjugação dos rebeldes e afirmação, mesmo que frágil, da dinastia Tang. 1 – Segunda Guerra Mundial Onde: Todos os continentes - nem todos foram atacados, mas países de todos os continentes tomaram parte (e morreram) nesta guerra. Quando: de 1939 a 1945 – 6 anos Número estimado de mortos: 40.000.000 a 72.000.000 pessoas Entre as vítimas deste conflito, 62% eram civis – ou seja: pessoas que não tinham nada a ver com a briga além do fato de estarem lá (e, bem, serem judeus, ciganos, homossexuais, terem uma deficiência…). Além das armas de fogo convencionais, nessa guerra rolou gás mostarda, testes com pessoas em campos de concentração e a última novidade do momento: bombas nucleares.

domingo, 29 de abril de 2012

Reforma Política

Reformar sugere, dentre outros sinônimos, renovar – atualizar – modificar estruturas, modelos, práticas, etc. Quase sempre as reformas estão relacionadas a algum tipo de insatisfação com algo percebidamente ultrapassado, desgastado, de pouca funcionalidade – que não corresponde mais aos anseios, gostos e necessidades da sociedade de uma determinada época. A reforma política possui certa similaridade com os exemplos acima citados. Seria uma ingenuidade nossa esperar que boa parte da classe política esteja engajada em promover ou propor uma reforma política significativa. Muito provavelmente, e caso ela ocorra, o máximo que se pode esperar, presumivelmente, é que seja algo focando somente o sistema eleitoral do País. E, mesmo assim, desde que não sejam percebidos impactos relativos a recursos de verbas e outros benefícios para os gabinetes. Quando o político não possui o espírito público e se encontra em uma posição e ambiente de conforto, seu egoísmo e interesses pessoais o levarão a rejeitar qualquer tipo de reforma que ameace suprimir suas benesses. Portanto, a maior esperança de uma significativa e boa mudança política são os eleitores conscientizados. É isso! Quem vai reformar o Legislativo, o Executivo e, consequentemente, as cidades e o País é você, eleitor. Escolha e vote em pessoas de espírito público. Cito um exemplo bíblico para ilustrar a necessidade das reformas e de como elas estão baseadas na ação da boa escolha na hora de votar. Quando o rei do Egito escolheu e elegeu José, o hebreu filho de Israel, para governar seu país, Faraó promoveu naquele ato um tipo de reforma política em seu Estado. Lá já existiam muitos políticos escolados, mas José representava literalmente o novo sob vários aspectos, na política, na gestão pública e na ética. "E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o Espirito de Deus?" (Gênesis 41. 38). Por dias melhores. Por Dr. Carlos Oliveira

sábado, 28 de abril de 2012

Trabalhadores brasileiros ganham o dobro comparado ao governo de FHC

Desde que milhares de trabalhadores norte-americanos saíram às ruas de Chicago, em 1886, protestando contras as más condições de trabalho e exigindo uma jornada de oito horas contra o regime de quase servidão que os oprimia e os explorava. O 1º de maio tornou-se o “Dia do Trabalhador”. Em verdade, todos os dias devem ser consagrados aos que põe em movimento a máquina do mundo, aos trabalhadores dos campos, das cidades, do comércio, das indústrias, da educação, do serviço público. Nada jamais substituirá a força do trabalho. No Brasil das primeiras décadas do século passado, o 1º de maio era comemorado nos sindicatos que nasciam nas grandes cidades, ainda sem nenhuma expressão, mas reclamando direitos num país onde sequer legislação trabalhista existia ou os direitos elementares dos trabalhadores eram respeitados pelo capital. Somente com o advento da revolução liberal de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas ao poder e após derrotar o levante da elite reacionária paulista em 1932, configurou-se o quadro político-institucional que permitiu o reconhecimento dos direitos e garantias dos trabalhadores brasileiros. Com Getúlio, a carteira assinada e a legislação trabalhista. Com Jango, o 13º salário. Com Lula, a emancipação social. Três grandes presidentes que trataram a classe trabalhadora com o respeito que ela merece. Antes de Getúlio a massa trabalhadora era tratada com desdém e autoritarismo, num quadro desumano onde um trabalhador das fábricas, do comércio, da agricultura ou doméstico era demitido depois de décadas de trabalho e saia para a rua com as mãos abanando, vazias, sem qualquer indenização ou amparo, após labutar em regime assemelhado à escravidão. Os que criticam o saudoso Estadista, centram suas críticas na suposta inspiração de nossas leis trabalhistas na célebre ‘Carta del Lavoro’ da Itália de Mussolini. Mas omitem que o grande Ataturk, o fundador da rica e democrática Turquia de hoje, também nela se inspirou para modernizar as relações de trabalho em seu país. E no Portugal pré-Salazar, e na França democrática e em vários outros países do hemisfério norte, ela serviu de legislação trabalhista embrionária. Era, verdadeiramente, malgrado sua origem ideológica, um avanço para países onde os trabalhadores eram tratados (ou maltratados, melhor dizendo) de forma abusiva e sem o reconhecimento de qualquer direito, por mínimo que fosse. Com o advento do 13º salário, projeto de lei do senador trabalhista Aarão Steinbruch prontamente sancionado pelo presidente João Goulart, uma nova vitória para a classe trabalhadora, com substantivo aumento de seus ganhos salariais e a reafirmação de seus direitos inalienáveis. Durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após uma década de decadência econômica e de atraso social, quando o neoliberalismo representado pelo governo da coalizão PSDB/DEM esforçou-se por “sepultar a Era Vargas”, o que pode ser traduzido como “retirar ao máximo os direitos dos trabalhadores e entregar as riquezas nacionais ao capital especulativo”, os trabalhadores voltaram a ser respeitados e foram beneficiados pela maior mobilidade social que se tem notícia: 40 milhões de brasileiros deixaram as classes D e E em direção à classe média. Passaram a ganhar mais, consumir mais, morar melhor, construir, adquirir bens duráveis, viajar, comer e estudar como antes não tinham condições de fazer. Uma revolução social pacífica e democrática, que sepultou um Brasil injusto e excludente e deu lugar à jovem potência que emerge no século 21 diante do olhar de admiração e respeito das demais Nações. Há muito a ser feito e o governo de Dilma Rousseff continua a obra gigantesca de Lula. Mas é imprescindível recordar o achatamento salarial a que todos foram submetidos nos governos que precederam a chegada do PT e dos partidos da base aliada ao poder. O tratamento desrespeitoso destinado aos aposentados, chamados de “vagabundos” por Fernando Henrique Cardoso. A humilhação permanente a que foram submetidos os funcionários públicos, tratados como inúteis e discriminados, quando na verdade são patrimônio nacional. Tudo isso, felizmente, mudou. Lula recebeu um país falido e desmoralizado, onde o salário mínimo era de apenas R$ 200, deixando-o em R$ 510 ao final de seu mandato, com um aumento real de 155%, contra os pouco mais de 80% do governo tucano. Os números não mentem: os trabalhadores brasileiros ganharam um aumento real de quase o dobro se compararmos o governo Lula com o de FHC! A chaga do desemprego foi extirpada, com o soerguimento da economia nacional, com o aumento de nossas exportações, com a absorção de mão-de-obra em todos os setores: indústria, comércio, agricultura e serviços. Há o pleno emprego em várias categorias profissionais ou em segmentos da economia. As filas de desempregados em busca de poucas vagas oferecidas é imagem cinzenta de um passado cuja volta não permitiremos. Os trabalhadores estão mais conscientes e mais organizados, em seus sindicatos e suas centrais sindicais, ouvidos com respeito pelo governo de Dilma Rousseff e cientes de seu papel histórico na construção do grande país em que nos tornamos. A luta não tem fim, só continuidade. E ela se confunde com o futuro de um país que tanto amamos e que é fruto da força, do talento, da garra e do espírito de luta de seu valoroso povo trabalhador. Viva o 1º de maio! Viva o trabalhador brasileiro! (*) Delúbio Soares é professor

Código Florestal: como e por que ela ainda pode dar a volta por cima. Por Mauricio Dias

Comemoração e ironia marcam a atitude dos vencedores após a derrota do governo na votação do Código Florestal. O resultado foi expressivo: 274 votos a favor dos ruralistas contra 184 dos ambientalistas, além de duas abstenções. Ausentes 53 deputados. Esse resultado exige uma adjetivação. Surpreendente. A se considerar o teórico “apoio sólido”, composto por 351 deputados dos partidos da base governista. Por que essa solidez se desmanchou no ar? Por que o governo perdeu? “Perdeu como? Eu sou governo e ganhei”, declarou o líder do PMDB, Henrique Alves. Ironia a parte e, embora ainda se viva sob o calor da hora, já é possível fazer a dissecação inicial da vitória dos ruralistas impetuosos ou, mais propriamente, do agronegócio selvagem. Os ruralistas, nesse retorno do projeto à Câmara após a versão aprovada em acordo no Senado, fizeram um jogo frio abusando da sensibilidade de Dilma, testemunhada por interlocutores dela, com possíveis reflexos danosos aos agricultores pobres pela obrigação de re-cuperações das áreas de proteção ambiental. (Aviso aos navegantes machistas: sensibilidade social não é um fruto da alma feminina supostamente inadaptável ao mundo político.) Leia também: Rosa dos Ventos: Torturadores, tremei! Rosa dos Ventos: Caça aos corruptores Jogaram com isso para fazê-la atender a interesses dos grandes desmatadores e, por consequência, forçá-la ao julgamento negativo da sociedade. De qualquer forma, ela tornou-se refém dos parlamentares pro-ruralistas fortemente enraizados no PMDB e no DEM. Dilma abortou qualquer negociação em seu nome. Perder no plenário, mas, “não perder a cara”, segundo a expressão usada por ela. Houve falhas de articuladores governistas. Não se prepararam o suficiente para debater com os negociadores do PMDB: Michel Temer, Henrique Alves e Paulo Piau. É possível identificar, também, o fator eleitoral no leque de razões que levaram o governo à derrota. Há fortes evidências de que o acordo construído no Senado era apenas uma trapaça política da força parlamentar ruralista. Ao seguir para a Câmara não valia mais o que foi escrito no Senado. Lá, o ruralismo não tinha força para superar o governo. Os senadores, acomodados ao trabalho parlamentar não trocarão o Senado pelas prefeituras. Estavam livres da pressão eleitoral. O governo tinha cedido os anéis. Na Câmara, os ruralistas passaram a exigir os dedos. O acordo no Senado era uma tocaia. Eis alguns fatos: – O relator do projeto Paulo Piau (PMDB-MG) foi uma escolha calculada. Ele não vai disputar a eleição municipal e agiria sem essa pressão. Piau recebeu oficialmente na campanha eleitoral para deputado, em 2010, cerca de 1 milhão de reais do setor de agronegócio. Isso, sem dúvida, fortaleceu as convicções ruralistas dele. – No Rio, o secretário de Meio Ambiente, o folclórico Carlos Minc, buscou apoio do governador Sérgio Cabral. A bancada do PMDB fluminense, porém, preferiu seguir a orientação de Henrique Alves. – No senado, o PR votou toda com o governo. Agora toda a bancada da Câmara votou contra. A saída que resta para o governo é o veto presidencial. Para dar certa ordem ao Código, segundo especialistas, o governo terá de vetar tudo o que diz respeito à regularização de áreas com culturas consolidadas até 2008. Além disso, a presidenta Dilma Rousseff pode apoiar à iniciativa de Jorge Vianna (PT) e Luís Henrique (PMDB) que deram entrada, no Senado, de uma proposta com amplo programa de regularização ambiental. Nesse caminho, Dilma não terá que se submeter à resistência ruralista da Câmara em votação final. E pode dar a volta por cima.